NY ainda continua em tendência altista, mas esta semana os preços andaram de lado, ameaçaram fazer a correção depois da baixa de quinta-feira, mas finalizaram com uma alta expressiva na sexta-feira. A alta de sexta-feira foi favorecida por preocupações climáticas. Os fundamentos de café nós já conhecemos e dão o tom positivo para os preços. Fatores macroeconômicos também ajudam: a guerra cambial está trazendo grandes fundos a procurarem as commodities como investimento seguro e rentável, por isso, a alta generalizada nas commodities. O que temos agora é a volatilidade implícita mais alta indicando para uma nova alta ou uma queda forte, mas não para um mercado negociando por muito tempo próximo de US$ 2,00 por libra. Vamos então ponderar o lado dos touros e dos ursos.
As posições vendidas de 42.917 contratos das casas comerciais equivalem a 12 milhões de sacas descobertas, precisando de cobertura até o final do mês de dezembro. Com o mercado no físico pagando valores acima dos preços cotado na bolsa um rally de alta não é descartado, na medida em que os comprados vão simplesmente esperar os vendidos trocarem de posição e lançar contrato de venda para o mês de março – próximo mês da bolsa –, mas tendo que se juntar aos comprados para este mês. Por outro lado, com o efeito de sustentação do final do mês neutralizado, fundos com uma posição próxima das máximas recentes – os fundos aumentaram suas posições compradas em mais 3.445 contratos em relação à semana anterior ficando com 40.318 contratos comprados em sua carteira –, e com mais disponibilidade de café, poderemos ver uma tomada de lucro no mercado futuro. Resta “apenas” projetar qual será a resultante disso. O que temos tecnicamente é uma divergência baixista, apontando perda de fôlego do mercado, e, por isso, vemos como mais provável uma correção negativa de curto prazo ainda nesta semana.
Londres já havia rompido na semana anterior ao período de análise deste relatório, a forte resistência próxima de US$ 1.840/ton. Por isso recomendávamos compra, mas dado o recente rompimento, não saberíamos dizer se os preços andariam próximos a esta barreira, para depois começar a subir. No fim, isto foi o que aconteceu. E agora, a estratégia mais recomendável para o mercado de futuros de robusta é o momentum investing, ou seja comprar o que já está caro, para vender mais caro ainda. Como as cotações têm mostrado boas altas e com certo fôlego, apenas alguma correção mais significativa em NY pode atrapalhar esta trajetória ascendente de preços – que foi o que aconteceu hoje, dia 1/11. O único e enorme problema dessa estratégia é que não se pode dizer quando sair, portanto, fica a velha máxima de mercado: “lucro bom é lucro no bolso”, para melhor administrar isso, usa-se stops móveis. A trajetória do mercado mantém-se altista, mas como nada dura para sempre, fica assim nossa recomendação.
Em nosso último relatório, dizíamos que não sabíamos ponderar até onde poderia ir a alta de preços na BM&F. Agora temos fortes suspeitas de que não só alcançamos uma primeira barreira, como esta está para ser deixada para que o mercado volte a níveis de preços menores. A linha inferior do canal de alta serviu como suporte nesta semana. Mas a indefinição dos preços e a alta volatilidade implicam que os indecisos são muitos e estes se juntaram à tendência que prevalecer, seja altista ou baixista, por isso, imaginamos um mais provável estouro para baixo. O primeiro suporte está curto, nos US$ 230,00/saca, e depois disso, há um por volta de US$ 222,00/saca. Está queda de 500 pontos na semana que se inicia pode ser favorecida por um gap por conta do feriado nacional na terça-feira. Então, cuidado para dormir posicionado no feriado.
**Esta análise foi enviada para nossos clientes e colaboradores no dia 01/11/2010**
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